
A stylist britânica Francesca Burns se revoltou após uma sessão de fotos na qual peças de grifes não serviam nas modelos. A editora de moda usou seu Instagram para comentar o caso e chamar a atenção da indústria da moda por criar e perpetuar padrões de beleza e de corpos completamente irreais.
“Podemos fazer as ‘peças de amostra’ maiores, por favor? Eu não quero nunca que ninguém no meu set se sinta ‘menos que’. Trabalho com frequência com jovens mulheres que, apesar de serem excepcionalmente lindas, estão vivendo, respirando e se sentindo como seres humanos, e que nunca deveriam se sentir como ‘grandes demais’ para as roupas”, começou a profissional.
View this post on InstagramContinua após a publicidadeA post shared by Francesca Burns (@franburns) on Sep 12, 2020 at 12:48am PDT
Na foto publicada por Francesca para acompanhar o desabafo, é possível ver a modelo vestindo uma calça que parece vários números menores do que seu tamanho. Para quem não sabe, as “peças de amostra” ou samples size, como são conhecidas, são as roupas que são desfiladas nas passarelas e também usadas em editoriais de moda.
“A modelo nesta foto é PEQUENA. Um tamanho 38, no máximo. E, mesmo assim, estas calças da Celine e da Hedi Slimane não servem nela. Eu tinha vários looks dessas coleções e nenhum deles serviu nela. Ela não é a exceção – vocês são. Isso é tão inaceitável. É fundamentalmente errado sugerir que esse é o padrão. Não é“, continuou Francesca.
“Nós temos responsabilidades nesta indústria de celebrar, empoderar e fazer com que as pessoas se sintam lindas – afinal, por qual outro motivo elas iriam querer gastar seu merecido dinheiro nessas coisas [roupas]? Porque querem se sentir BEM! Nós também temos responsabilidade por aqueles que estão aos nossos cuidados no set e por garantir que os padrões de beleza não estejam limitados a um tamanho que é completamente irreal para a maioria – ninguém deveria olhar para as imagens da moda e se sentir mal sobre si mesmo e ninguém deveria participar da criação do imaginário da moda e se sentir mal por isso”, completou.
Para finalizar, a profissional cobrou de maneira ainda mais direta que as marcas mudem de atitude e trabalhem para deixar o universo da moda mais diverso e real. “As coisas precisam mudar em tantos aspectos, mas o quão difícil é aumentar um pouco o tamanho das coisas?“, falou.
Há tempos as indústrias da moda e da beleza são cobradas para mudar os estereótipos de corpos, cores e estilos que propagam. Em 2020, é inadmissível a falta de diversidade que ainda é tão presente nesses setores que constroem muitas das imagens que vemos por aí na mídia, nas produções de entretenimento e outras áreas que ajudam a moldar o que é visto como belo por nós e impactam diretamente na autoestima e no amor próprio as pessoas.