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Nesta semana, a brasileira Carolina Pires criou uma petição na internet que pede que a marca norte-americana de esmaltes OPI revise alguns dos nomes de seus produtos. O principal deles é o esmalte rosa Kiss Me I’m Brazilian (Me beije, eu sou brasileira, em tradução livre), que sexualiza e reforça estereótipos, os quais as mulheres se esforçam há anos para mudar. O abaixo-assinado já foi apoiado por mais de 9.500 pessoas.

“É inaceitável que em 2020 ainda exista uma marca famosa mundialmente como a OPI fortalecendo esse estereótipo errado de mulheres brasileiras. Essa é uma ideia que estamos lutando para mudar há muito tempo, não podemos deixar que vocês ajudem o lado errado. Por favor, sejam decentes e escolham um outro nome para essa coleção”, disse Carolina.

O esmalte em questão faz parte de uma coleção que está no mercado desde 2014. A OPI chegou ao Brasil no ano passado. Fazem parte dessa mesma linha outros esmaltes cujos nomes também foram considerados problemáticos, como Taupe-less beach, um trocadilho que significa, em tradução livre, praia de topless, e Next stop… the bikini zone, Próxima parada… zona de biquíni.

A mobilização foi tanta que muitas mulheres brasileiras cobram um posicionamento da marca nas redes sociais. No Instagram da OPI nos Estados Unidos, algumas mulheres chegaram até a dizer que a marca estava apagando comentários de quem criticava e pedia a mudança do nome. No perfil da marca no Brasil, os comentários também são muitos. “Uma vergonha o nome da cor ‘Kiss me, I’m Brazilian’ respeite nossas mulheres. Não ajude a propagar essa imagem”, disse um. “Faz mesmo sentido ter um nome de esmalte que se chama ‘Kiss me, I’m Brazilian’? Por favor, revejam isso urgente!”, pediu outro.

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Até o momento de publicação dessa matéria, a OPI não se posicionou sobre o assunto. Procurada por CLAUDIA, a assessoria da OPI no Brasil disse que já se comunicou com a sede da marca e aguarda uma resposta oficial. Além disso, a empresa reiterou que a cor em específico não está à venda no Brasil.

Não é a primeira vez que uma marca de esmaltes se envolve em polêmicas por escolher nomes machistas para as cores. No Brasil, em 2015, a coleção “Homens que amamos”, da Risqué, causou revolta entre algumas consumidoras, por “homenagear” atitudes “românticas” dos homens, como “André fez o jantar” e “Fê mandou mensagem”. No entanto, atitudes como cozinhar não deveriam ser dignas de reconhecimento ou gratidão, já que quando são feitas por mulheres, as mesmas são vistas como algo normal. Várias outras marcas também possuem cores com nomes extremamente problemáticos, como Beijo Roubado e Fiu Fiu, e todas continuam à venda.

 

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